O DESAFIO DO ENSINO DE HISTÓRIA
Os historiadores Marcos
Silva e Selva Guimarães trazem em Ensinar
história no século XXI, um apanhado do quadro docente em nosso país, desde
o período do Regime Militar até os dias atuais.
Segundo os autores, entre os
anos 1980 e 1990, a categoria docente moveu-se entre dois polos: proletarização
e profissionalização, evidenciando o desprestígio alcançado pela profissão
docente.
Além disso, em relação à escolha
da profissão docente, Silva e Guimarães citam pesquisas que indicam que a
carreira é vista, pela maioria dos jovens, como transitória e desvalorizada.
Por essa razão, fadada a atrair os menos talentosos.
No âmago da questão – o
ensino de História – os autores trazem uma série de possibilidades ao alcance do
professor de História, evidenciando a interdisciplinaridade como via comum,
graças ao advento da Escola de Annales
que, desde a década de 1930, buscou o “conceito universalizante das fontes de
pesquisa” (SILVA; GUIMARÃES, 2012, p. 66).
Ao discutir história,
preservação documental e cultura material, os autores enfatizam o museu, “uma
instituição que se destaca [...], tendo em vista seu importante papel de
preservar e pesquisar acervos preciosos de objetos tornados raros” (Ibid.,
p.71).
Da mesma forma, Silva e
Guimarães chamam a atenção para a utilização do filme documentário no ensino de
História, pela possibilidade que o mesmo tem de suscitar imaginários. De acordo
com os autores, “as relações entre história e cinema ultrapassam o gênero ‘cinema
histórico’; se tudo é história, todo cinema interessa à história” (Ibid., p. 92).
Outra ferramenta de grande
importância, e extremamente presente nos dias atuais, diz respeito ao
computador pessoal, bem como a internet. O primeiro tem servido para
desenvolvimento de banco de dados, e o segundo ao acesso às redes de
comunicação.
Entretanto, os autores
chamam atenção para a fragilidade dos suportes utilizados na informática,
vulneráveis a vírus e acidentes de uso. Além disso, o computador não substitui
a presença do professor, que se faz necessário para o correto desenvolvimento
da pesquisa e do ensino de História.
Outro ponto importante
levantado pelos autores diz respeito à formação do professor de História. A
formação inicial tem como problema a distância entre o conhecimento recebido no
curso superior e a realidade encontrada na sala de aula, devendo o profissional
da História estar comprometido com sua formação continuada.
Finalizando, os autores
evidenciam aquele que é sempre apontado como responsável pelo insucesso do
ensino de História: o livro didático, que “submetido à leitura crítica e
colocado em diálogo com outros elementos de estudo é um suporte de trabalho que
pode render bons resultados” (Ibid., p, 127).
Em Ensino de história no século XXI, somos apresentados a situação em
que estão inseridos os professores, como classe profissional, bem como a instrumentos
úteis e importantes no processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina. Dessa
forma, compreendemos a importância da leitura dessa obra para aqueles que tem
interesse em aprofundar seus conhecimentos nessa área.