domingo, 16 de abril de 2017


GRÉCIA PRIMITIVA: CRETA


FINLEY, M.I. As ilhas. Creta. In:_______ Grécia primitiva: Idade do Bronze e Idade Arcaica. [S.l.]: Martins Fontes. 1990.




Segundo Finley (1990), Creta era pobre em recursos minerais e não tinha uma localização tão privilegiada para o tráfego marítimo como Chipre, vivendo um grande isolamento.

Entre 2500 a 2300 a.C., a população crescera consideravelmente. Seus aglomerados mais importantes situavam-se na extremidade da ilha, mas com o tempo, ocorreu um mudança para o centro. Havia aldeias até mesmo na inóspita região oeste.

Suas técnicas metalúrgicas básicas, provavelmente foram aprendidas das civilizações cicládicas, onde as adagas de cobre tornaram-se marca cretense. Por volta do término do Minoano Antigo, sua tecnologia atingiu o máximo possível de progresso na idade do bronze. O período seguinte, o Minoano Médio, a idade áurea de Creta, entre 2000 e 1600 ou 1550, caracterizou-se por um enorme avanço em outras esferas, no poder público, na riqueza e na arte.

Entretanto, talvez, a mais notável manifestação da originalidade cretense ocorresse no campo da escrita. Primeiro surgiu um tipo de escrita pictórica modificada. Posteriormente, nos primeiros séculos do Minoano Médio apareceu uma escrita mais sofisticada, denominada “Linear A”. Com o passar do tempo, a Linear A foi substituída pela Linear B, uma ramificação mais complicada.

A única referência importante que temos da escrita cretense provém de pequenas tábulas de argila, que surpreendentemente sobreviveram por acidente, nos incêndios que se seguiram à destruição dos palácios.

Nessas tábulas, os textos são curtos e bastantes limitados, consistindo em um tipo ou outro de lista. Para os cretenses, assim como os sumérios, as necessidades de uma administração centralizada constituíram um estímulo bem maior para o desenvolvimento da escrita do que as necessidades intelectuais ou espirituais.

Estudos apontam que Creta foi abalada por um grande terremoto no Minoano Médio III, seguido de uma reconstrução imediata, e um desenvolvimento maior que anteriormente observado. No Minoano Tardio II, observa-se outro abalo catastrófico, dessa vez sem recuperação. De acordo com Finley (1990, p. 48) a vida em Creta prosseguiu, “mas a era do poder e dos palácios encerrara-se definitivamente”.

quinta-feira, 6 de abril de 2017


HATSHEPSUT É O CARA!




Pertencente a XII dinastia, no Império Novo, Hatshepsut era a filha mais velha do faraó Tutmés I. Quando seu pai morreu, casou-se com seu irmão bastardo Tutmés II, filho de seu pai e uma concubina. Casamentos entre meio-irmãos, e até mesmo entre irmãos, eram comuns naquela época, entre a realeza, pois tinham o objetivo de manter a linhagem real.

Tutmés II veio a falecer logo. Com isso, Hatshepsut casa com Tutmés III, filho de Tutmés II, seu enteado e sobrinho, pelo mesmo motivo anteriormente explicado.  O novo governante não passava de uma criança, obrigando Hatshepsut a assumir o verdadeiro lugar de faraó. A mulher empoderou-se, definitivamente.

Adotando os atributos faraônicos como cetro, barba postiça, tanga curta e cauda de touro, Hatshepsut declara publicamente ser filha do deus Amon-Rá. O clero, devidamente abastecido, aceita a mesma como sua faraó.

Hatshepsut é considerada uma das mais importantes governantes do antigo Egito, tendo uma influência que ultrapassou os limites nacionais, mesmo que, posteriormente, seu sucessor tenha desprendido ações para apagar seu nome da lista de faraós. Faleceu em 1473 a.C., e foi a quinta governanta egípcia de sua dinastia. Seu corpo está sepultado no Vale das Rainhas e seus monumentos foram derrubados após sua morte .

Apesar de suas realizações, o sobrinho e enteado de Hatchepsut, Tutmés III tentou fazer desaparecer o seu legado perto do fim de seu reinado, possivelmente em represália pela usurpação do seu trono.