GRÉCIA PRIMITIVA: CRETA
FINLEY, M.I. As ilhas. Creta.
In:_______ Grécia primitiva: Idade
do Bronze e Idade Arcaica. [S.l.]: Martins Fontes. 1990.
Segundo Finley (1990), Creta
era pobre em recursos minerais e não tinha uma localização tão privilegiada
para o tráfego marítimo como Chipre, vivendo um grande isolamento.
Entre 2500 a 2300 a.C., a
população crescera consideravelmente. Seus aglomerados mais importantes situavam-se
na extremidade da ilha, mas com o tempo, ocorreu um mudança para o centro. Havia
aldeias até mesmo na inóspita região oeste.
Suas técnicas metalúrgicas
básicas, provavelmente foram aprendidas das civilizações cicládicas, onde as
adagas de cobre tornaram-se marca cretense. Por volta do término do Minoano Antigo,
sua tecnologia atingiu o máximo possível de progresso na idade do bronze. O
período seguinte, o Minoano Médio, a idade áurea de Creta, entre 2000 e 1600 ou
1550, caracterizou-se por um enorme avanço em outras esferas, no poder público,
na riqueza e na arte.
Entretanto, talvez, a mais
notável manifestação da originalidade cretense ocorresse no campo da escrita. Primeiro
surgiu um tipo de escrita pictórica modificada. Posteriormente, nos primeiros
séculos do Minoano Médio apareceu uma escrita mais sofisticada, denominada “Linear
A”. Com o passar do tempo, a Linear A foi substituída pela Linear B, uma ramificação
mais complicada.
A única referência importante
que temos da escrita cretense provém de pequenas tábulas de argila, que
surpreendentemente sobreviveram por acidente, nos incêndios que se seguiram à
destruição dos palácios.
Nessas tábulas, os textos são curtos e
bastantes limitados, consistindo em um tipo ou outro de lista. Para os cretenses, assim como os
sumérios, as necessidades de uma administração centralizada constituíram um
estímulo bem maior para o desenvolvimento da escrita do que as necessidades
intelectuais ou espirituais.
Estudos apontam que Creta foi
abalada por um grande terremoto no Minoano Médio III, seguido de uma
reconstrução imediata, e um desenvolvimento maior que anteriormente observado.
No Minoano Tardio II, observa-se outro abalo catastrófico, dessa vez sem
recuperação. De acordo com Finley (1990, p. 48) a vida em Creta prosseguiu, “mas
a era do poder e dos palácios encerrara-se definitivamente”.